Quando Juliana Placido decidiu acompanhar o então namorado a um projeto de trabalho na África do Sul, a ideia era simples: passar dois anos vivendo uma experiência diferente.
Hoje, quase duas décadas depois, Juliana segue em Joanesburgo, casada e mãe de dois filhos sul-africanos-brasileiros, atuando como consultora de viagens da nossa equipe e compartilhando suas experiências no país que se tornou seu lar.
Nesta edição de Bastidores da África, ela abre um pouco da sua trajetória e das descobertas que marcaram sua vida no continente.



Entendendo a Rainbow Nation de perto
Com mais de 50 milhões de habitantes, 11 línguas oficiais, 9 províncias e três capitais, o país ganhou o apelido de Rainbow Nation não por acaso.
Zulu é o idioma mais falado; inglês, a língua da vida pública; e as ruas, mercados e escolas são o reflexo vivo dessa mistura.
“Aprendi a viver entre culturas muito diferentes. Isso virou parte da minha rotina. É impossível não ampliar o olhar vivendo aqui.”
Joanesburgo além dos estereótipos
Joanesburgo é o centro comercial e financeiro do país, frequentemente lembrado por seus desafios urbanos.
Por isso, Juliana chama atenção para um ponto crucial: a cidade exige adaptação, como qualquer grande metrópole.
A mobilidade é limitada para quem não tem carro, o sistema público é reduzido, mas as estradas são excelentes e permitem explorar o país com segurança.
Ao longo dos anos, ela descobriu uma Joanesburgo onde a vida acontece nas casas, nos parques, nos cafés e na natureza que circunda a província.
A força da natureza sul-africana
Se há um elemento que transformou sua relação com o país, foi a natureza.
“Os sul-africanos têm uma conexão profunda com o ar livre”, conta. “Passei a valorizar isso. Aqui, um safári vai além de ver animais — é escutar, observar, sentir o tempo de outro jeito.”
E as paisagens vão muito além da savana: safáris, vinícolas, montanhas, trilhas, praias e cânions compõem um mosaico de experiências que surpreende quem ainda reduz a África a um único cenário.



Cape Town e o sabor dos vinhos
Cape Town é sempre apresentada como um dos pontos altos do país e Juliana confirma: a cidade combina natureza, gastronomia, vinhos premiados e uma energia leve.
E por falar em vinhos, ela aprendeu uma das lições favoritas: “Descobri que vinho bom não precisa ser caro. Com tantas técnicas bem desenvolvidas, é possível beber muito bem sem gastar muito.”
História e impacto
Morar na África do Sul também a aproximou de uma história que ressoa no mundo inteiro.
Visitar Soweto e compreender de perto o que significou o apartheid transformou seu olhar e reforçou a sua admiração por Nelson Mandela.
“Mandela fez a diferença não só para o país, mas para o mundo. Entender isso vivendo aqui é algo muito forte.”
Juliana também lembra com carinho da Copa do Mundo de 2010 — um momento de orgulho nacional que mostrou ao mundo a capacidade, a alegria e a identidade sul-africana.


19 anos depois: o que fica
Hoje, Juliana resume a sua trajetória dizendo que a África do Sul mudou a sua vida – uma vivência que leva para o trabalho como consultora ao mostrar aos viajantes um país complexo, profundo e transformador.
“A África do Sul acolhe. É diversa, charmosa e vibrante. Mesmo tão diferente da nossa cultura, ela faz a gente se sentir em casa.”
